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Hiperatividade infantil, aprenda a lidar com o seu pequeno

hiperatividade

Se agitado, desobediente e desatento são as palavras mais usadas para descrever o seu filho, fique de olho: ele pode ser portador de TDAH, ou transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. É claro que nem toda criança com estas características sofrem com a doença, mas se você acha que o seu filho está passando dos limites, é melhor levá-lo a um psiquiatra.

5% das crianças tem TDAH, e metade delas continuam a apresentar os sintomas na idade adulta. Um dos fatores que causa a doença é a genética, e estuda-se também alterações morfológicas no cérebro relacionadas ao sistema nervoso central, embora após mais de oito mil estudos ainda não haja conclusão sobre o assunto. A incidência é maior em meninos, mas as meninas também podem apresentar comportamento desatento e hiperativo.

Geralmente, a doença é descoberta nos primeiros anos de vida estudantil da criança. É essencial que ela apresente os sintomas em diferentes ambientes para ser diagnosticada, e é por isso que os professores costumam perguntar sobre o comportamento da criança em casa e dizer que os pais precisam impor mais limites. A situação constrangedora pode ajudar a chegar na raiz do problema.

Reconhecendo o TDAH

Quando se fala em TDAH, há dois fatores que devem ser observados, com a predominância de um deles: o primeiro é a hiperatividade, que está ligada aos movimentos. A criança não para quieta: não consegue ficar sentada por muito tempo e não chega ao final de uma sessão de cinema, por exemplo. O segundo fator é a impulsividade, ou seja, ela age sem pensar, interrompe quem está falando, é impaciente com a lição de casa e assim por diante. A combinação das duas características pode ser perigosa, pois crianças com TDAH se machucam mais e sofrem mais acidentes quando comparadas àquelas que não possuem a doença.

No geral, os meninos apresentam mais sintomas de hiperatividade, que os papais podem perceber mesmo dentro de casa. Já os casos mais comuns em meninas se relacionam com o déficit de atenção, e costuma sem mais notado quando a criança entra na escola. Em ambos os casos, o que era visto como um comportamento normal pela família começa a trazer algum tipo de prejuízo para a vida escolar.

Crianças hiperativas e impulsivas podem ter seus relacionamentos conturbados devido às suas características. Elas podem sofrer bullying na escola e ter dificuldade de fazer amizades. Como consequência, vão se tornando frustradas. Pesquisas mostram que se o TDAH não é devidamente tratado conforme o pequeno cresce, a doença tem relação com abandono escolar, acidentes de trânsito, uso de drogas e outras situações que você com certeza não quer que o seu filho se envolva.

O transtorno pode estar relacionado a outras doenças, como dislexia (dificuldade para compreender textos), disgrafia (dificuldade para escrever) e discalculia (dificuldade para realizar cálculos). Distúrbios psiquiátricos como depressão e transtorno bipolar também estão associados ao TDAH, expandindo a possibilidade de sintomas nos pequenos. Já no caso de crianças superdotadas, é mito dizer que elas obrigatoriamente são hiperativas, pois as condições não estão relacionadas.

Vale lembrar que não é só porque o seu filho apresenta comportamentos como estes que ele é portador da doença. Se entre quatro e cinco anos o pequeno é capaz de passar dez minutos focado em uma mesma atividade, seja sozinho ou em grupo, em diferentes ambientes, ele provavelmente está livre do transtorno.

Em maior ou menor grau, todos os seres humanos são hiperativos e impulsivos. O limite para que o pequeno seja diagnosticado é que os sintomas se manifestem com mais frequência que o normal e que atrapalhem as atividades que fazem parte do cotidiano do pequeno.

Diagnosticando e tratando

Para diagnosticar a doença, é preciso levar a criança ao psiquiatra. Com uma análise clínica dos sintomas e auxílio de um pediatra e um neurologista, o profissional poderá avaliar se o pequeno é ou não hiperativo, mas só após os sete anos de idade, pois, antes dessa faixa etária, as áreas do cérebro responsáveis pela concentração e reflexão ainda estão amadurecendo. Não é necessário realizar exames para avaliar as condições físicas, o que pode deixar os pais receosos sobre a confiabilidade do diagnóstico. No entanto, não se preocupe, pois no ramo da psiquiatria, é assim mesmo que funciona.

A criança que é diagnosticada com TDAH vai precisar tomar medicamentos do tipo estimulante, de uso controlado. Por mais estranho que pareça, este é o tratamento que o seu filho vai encarar conforme cresce. O quadro é acompanhado de perto pelo profissional ao longo da vida: em alguns casos, o transtorno desaparece e, em metade deles, persistem, mas se estabilizam na fase adulta. O tratamento pode ou não ser acompanhado por terapia com um psicólogo, pois crianças que sofrem com TDAH podem ter baixa autoestima devido às limitações que condição impõe. Os sintomas vão sendo amenizados em algumas semanas, e você perceberá que o seu filho vai conseguir fazer coisas que antes eram muito mais difíceis, como terminar as tarefas da escola mais rápido e de forma correta.

Casos leves de hiperatividade e impulsividade não chegam a ser classificados como TDAH e podem ser amenizados com atividades físicas, por exemplo. Se o especialista insistir em receitar medicamentos para o seu filho, procure por uma outra opinião médica para não submeter a criança a remédios desnecessários.