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Tudo o que você precisa saber sobre a terrível birra dos pequenos

Birra

Foto: pixabay.com

Crianças de jogando no chão da loja de brinquedo, se recusando a tomar banho e atirando o prato de comida no chão.

Você está familiarizada com essas situações no seu dia a dia? Em caso positivo, é melhor aprender mais ela e, se ainda não, aproveite para se prevenir, pois as birras infantis inevitavelmente acontecerão!

O comportamento raivoso e choroso é parte do desenvolvimento e da compreensão de mundo dos pequenos, e pode ser explicado cientificamente, pois o neocórtex, região do cérebro responsável pela reflexão, planejamento, imaginação e resolução de problemas, ainda está em formação.

A incompletude dessas conexões neurais nos primeiros anos de vida da criança faz com que a atividade cerebral mais intensa ocorra nas partes mais “primitivas” do cérebro.

Ou seja, funções básicas de sobrevivência e emoções fortes estão a todo vapor, enquanto que o pensamento racional só atinge sua plena maturidade na vida adulta.

Dessa forma, a habilidade de tomar decisões equilibradas, manter o controle emocional e prever as consequências de seus atos é pouco comum nos pequenos.

Portanto, não há nada que você possa fazer para acabar de vez com a birra, embora existam técnicas para lidar melhor com esse comportamento.

As causas da birra

Um ataque de birra é um misto de raiva, medo e temor de separação, como forma do cérebro de proteger a criança de uma situação perigosa.

Os estímulos para acionar esse sistema variam em cada criança, e, nesse mundo moderno, podem haver muitas causas que acionam substâncias relacionadas ao estresse.

Às vezes, o susto de uma porta que acabou de bater por causa do vento já pode desencadear uma birra.

Compartilhar o brinquedo com os colegas, desejar um item do mercado, ainda não alcançar um brinquedo na prateleira, lutar contra o sono e outras situações relacionadas a capacidade de não poder realizar uma atividade para a qual não está preparada e não conseguir fazer algo à sua maneira.

Já as crises que ocorrem sem motivo, quando, por exemplo, o pequeno está brincando sozinho e de uma hora para outra começa a chorar, gritar e espernear, podem ter origem mais graves.

Elas podem estar associadas a algum tipo de sofrimento, como uma crise de ansiedade causada pela mudança de casa, iniciação na escola ou a morte de um animal de estimação, e exigem tratamento adequado.

Onde, quando e quanto

Uma crise pode acontecer a qualquer momento e em qualquer lugar, principalmente nos pequenos entre dois e quatro anos. Isso pode significar situações embaraçosas nas reuniões de família, no passeio ao parque e até mesmo a caminho da escola. No entanto, o ideal é que essa explosão não ocorra diariamente.

Você vai perceber quando a birra estiver prestes a acontecer. Ela sempre vem após uma manhã, um pedido que não pode ser atendido ou na hora de dormir, por exemplo.

Locais muito agitados também podem acionar o mau comportamento dos pequenos, devido ao excesso de estímulos.

Pais que ficam agitados durante as crises devido ao constrangimento, à insegurança ou ao despreparo para lidar com a situação ajudam a prolongar o chilique.

Se você for capaz de manter o controle, a birra nem vai chegar a acontecer ou vai durar apenas uns dois minutos em vez de dez. Alterações comportamentais que sempre duram mais do que isso sugerem algum tipo de distúrbio psíquico que deve ser verificado por um especialista.

Sobrevivendo a birra das crianças

Sobrevivendo a birra

Sim, é possível passar por essa situação e terminar imune ao mau comportamento infantil. Confira como a seguir:

- Manter a calma é obrigatório. Não grite, não ameace e muito menos, não bata no seu filho. Os pais devem ser o modelo, pois, graças aos neurônios-espelho, os pequenos vão reproduzir as mesmas sensações e atitudes dos seus responsáveis.

- Se o seu filho estiver em um local perigoso, como à beira da escada ou no meio da rua, por mais que ela grite, bata e chore, tire-o imediatamente do local. Coloque-o em um lugar seguro para que ele possa continuar reagindo a suas frustrações.

- Ao perceber que um ataque se aproxima, distraia a criança. Cientificamente, a melhor forma de fazer isso é colocando-a para praticar algum exercício físico, como, por exemplo, apostar uma corrida até a cozinha, pois a atividade libera substâncias associadas ao bem-estar e inibe os hormônios do estresse.

- No ápice da crise, não tente repreender, conversar ou abraçar o pequeno. Dê espaço para que o pequeno possa extravasar sua raiva ou frustração. Isso fará com que ela comece a se expressar de uma forma não destrutiva e a desenvolver o autocontrole.

- Aproveite o momento para compreender mais sobre o seu filho: entenda o que ele precisa e seus motivos. Quando ele se acalmar, vocês podem conversar sobre sentimentos e reações, em um tom de voz amoroso. Quando terminarem, troquem beijos e abraços.