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Você sabe como lidar com as perguntas cabeludas que as crianças fazem?

Perguntas das crianças

Se o seu filho já não é mais tão pequeno assim e está prestes a entrar na temida fase das perguntas e comentários indiscretos e constrangedores, é melhor você se preparar. Existe uma forma ideal de estimular as descobertas sem deixar o pequeno assustado com repreensões ou excessos.

Por volta dos três aos seis anos de idade, as crianças começam a fazer diversas perguntas que parecem não ter resposta. De acordo com uma pesquisa britânica, os pequenos perguntam quase 300 dúvidas diferentes por dia, e a maioria delas começa com “por que”! “Por que a água é molhada?”, “por que os peixes respiram embaixo da água?”, “por que o céu é azul?”, “onde termina o céu?” e “as sombras são feitas de que?” são as que você mais vai ouvir durante essa fase.

Embora o questionário pareça sem fim e possa deixar os papais irritados, a curiosidade faz parte do desenvolvimento saudável das crianças. Isso acontece devido à construção da própria identidade, quando o pequeno passa a ter noção de si mesmo, das coisas que vê, ouve, sente, faz e experimenta, se importando mais com tudo o que está ao seu redor.

AS MAIS CABELUDAS

Embora as crianças questionem sobre absolutamente tudo, algumas perguntas ou comentários são capazes de deixar os papais de queixo caído. As questões mais cabeludas estão, na maioria das vezes, relacionadas a morte, sexo e religião: você pode ouvir seu filho perguntando de onde vêm os bebês, para onde as pessoas vão quando morrem e se existe um deus.

Nessa fase de vida, as perguntas ocorrem por simples curiosidade. Não quer dizer que o seu filho é uma criança precoce ou rebelde, mas sim que está naturalmente percebendo o mundo a partir de valores que ainda estão se formando, e você pode influenciar nas descobertas.

Crianças que têm amizade com outras mais velhas costumam surpreender ainda mais as mamães e os papais. Por isso, se o seu filho chegar em casa dizendo que já sabe o que é sexo ou que beijou um amiguinho, não quer dizer que ele compreende as relações sexuais de forma maliciosa.

PAPAIS EM AÇÃO

Os pais são o porto seguro da criança, e são neles que elas mais confiam para falar sobre qualquer assunto. Se o seu filho ainda não começou a perguntar ou se você não sabe como lidar com a situação, é hora de aprender:

NÃO REPRIMA

Independentemente da pergunta que o seu filho fizer, não o repreenda! O ato de reprimir os interesses da criança pode causar traumas irreparáveis na vida do seu filho, pois, se o pequeno é repreendido, acaba perdendo a vontade de descobrir novidades e aprender, ficando estagnada em seu desenvolvimento. A atitude negativa pode impactar até mesmo na escola, prejudicando a aprendizagem por medo ou insegurança.

INCENTIVE A CURIOSIDADE

Ao contrário de reprimir, estimule o seu pequeno a ser questionador. Isso é essencial para que ele seja capaz de observar, analisar e refletir o meio em que está inserido, o que causará reflexos positivos por um bom tempo. Por isso, quando o pequeno vier com uma pergunta, tente conectá-la a um outro assunto, como algo que ele viu na escola ou um momento da viagem de férias.

AJA NORMALMENTE

Por mais inesperada que o questionamento seja, jamais esboce reação negativa. Ou seja, além de não reprimir, evite demonstrar sinais de que você está desconfortável com o assunto, como gaguejar, começar a tossir, fazer cara de espanto, diminuir o tom de voz ou dar uma desculpa para sair do local. Seu filho poderá se envergonhar ou até mesmo passar a manipular os pais com determinado “assunto proibido”. Se você achar o tema inadequado, depois de respondê-lo, pergunte aos poucos o motivo do interesse e você verá que tudo é mais inocente do que parece.

RESPONDA SEMPRE

Não importa qual for a pergunta da criança, sempre responda. Se for um assunto fácil, responda na hora. Se for uma das perguntas cabeludas, tudo bem demorar algum tempo para pensar no que dizer e depois chamar o pequeno para conversar. Agora, se você não faz ideia da resposta, convide o pequeno para fazer uma pesquisa junto com você, assim os dois podem aprender. O mais importante é responder de alguma forma, e, se prometer tocar no assunto mais tarde, faça isso!

SINALIZE O QUE É INAPROPRIADO

Nessa fase, as crianças também podem fazer perguntas e comentários muito infames para os pais, outras crianças e adultos, como “você é muito feio”. Se você presenciar uma atitude como essa, evite se desculpar pela criança e tenha certeza que a outra pessoa vai compreender. Se for uma outra criança, insista para o seu filho se desculpar, pois os pequenos geralmente se sentem mais atingidos do que os adultos. No entanto, é fundamental que num momento mais tranquilo você explique ao pequeno que dizer aquilo foi indelicado, pois deixou alguém magoado e isso são é legal.

NÃO SE APROFUNDE NO ASSUNTO

Quando a criança pergunta ”por que meus olhos são dessa cor?”, ela não está querendo saber sobre genes, fenótipos e genótipos, recessivos ou dominantes. O que ela busca é uma resposta simples, que ela seja capaz de entender. Por isso, responda de forma mais lúdica possível, usando elementos que o pequeno já conhece para exemplificar, e breve: sua explicação deve ser concluída em poucas frases. Dessa forma, você não deixa o pequeno confuso e não dá brecha para novas perguntas se tiver que encerrar o assunto imediatamente por algum motivo.