Chegou a hora do parto
Muita euforia e alegria. Mas, na hora do parto, o nervosismo também é normal. No entanto, é preciso controlá-lo. Quanto mais serena e segura a mamãe estiver, melhor será o seu parto. A queda do tampão que bloqueia o colo do útero, o rompimento da bolsa, contrações com menor intervalo de tempo. Muitos sinais indicam que chegou a hora de ir para a maternidade.
O parto quanto mais natural, melhor. É preciso respirar da forma indicada pelo médico e seguir todas as orientações dadas por ele e pelos outros especialistas. Eles também poderão constatar caso haja a necessidade de uma cesariana. Existem procedimentos que a mamãe pode realizar nesse caso que, ao contrário do que muitas mulheres imaginam, não é nenhum "bicho-de-sete-cabeças".
A seguir, uma relação das principais dúvidas que a futura mamãe poderá ter durante este capítulo inesquecível sobre o "milagre da vida". Recomendações que ajudam bastante, durante estes momentos especiais. Mas, ao ter seu filhinho nos braços, a mamãe deverá importar-se, antes de tudo, com o essencial: amor. É o que a criança mais precisa.
Parto de A a Z
-Alimentação: o melhor a fazer é evitar a ingestão de alimentos antes de dar à luz. Quando muito, os mais leves e de digestão fácil. Frutas e iogurte são uma boa opção.
- Anemia: um acompanhamento médico correto, principalmente no que diz respeito ao balanceamento adequado de dieta e vitaminas necessárias, evitam esse quadro clínico. Caso ocorra, as mães irão necessitar de micro nutrientes adicionais, como ferro e ácido fólico, que podem ser administrados em forma de sulfato ferroso ou comprimidos de folato.
- Bolsa d água: pode ou não se romper. Em caso positivo, resulta num jato de líquido amniótico ou apenas a perda de um pouco de líquido.
- Cesariana: o médico realiza uma incisão de 10 cm, alargada por um instrumento especial, retira a criança e a coloca no colo da mãe. Em geral, as cesarianas planejadas são feitas com anestesia peridural. Se ela for necessária, seria bom deixar que, pelo menos, o trabalho de parto se inicie. Ele é extremamente útil para a maturação pulmonar e psíquica do bebê. Em casos de cesariana a mamãe poderá se sentir um tanto preocupada, tensa. Imaginar verdadeiras "cenas de horror". Depois verá que a anestesia não passou de uma simples picada nas costas. Agradável? Não, contudo longe de ser insuportável. Algum tempo depois a mamãe escuta: "olha, seu bebê é lindo!"
- Chegada: ao chegar ao hospital, um médico deverá fazer exames de rotina na parturiente, verificar sua ficha médica e perguntar sobre a frequência das suas contrações. Antes de ir para o quarto, a futura mamãe fará uma tricotomia - raspagem dos pêlos e uma lavagem intestinal. Esse procedimento é rotineiro e faz parte do processo de assepsia. Em seguida, a enfermeira medirá a pressão arterial, temperatura e pulsação da mamãe, que já estará com a roupa do hospital e, o médico, provavelmente fará um exame de toque na parturiente para verificar a dilatação do colo do útero.
- Contrações: no trabalho de parto, começam a ficar intensas e frequentes e não melhoram ou cessam com qualquer providência: remédios, mudança de posição etc.
- Depressão: existem dois tipos. A mais comum atinge 50% das mulheres e é chamada de "Blues Postpartum", pelos americanos. Começa nos primeiros dias após o parto e se prolonga por alguns dias ou semanas. Em geral, não requer uso de medicações, pois cede de forma espontânea. É caracterizada por um sentimento de tristeza e choro fácil, impossibilitando a mamãe de executar suas tarefas. A outra é uma depressão propriamente dita, e acontece nos primeiros seis meses após o parto. Na maioria das vezes, por sua natureza clínica, requer o uso de antidepressivos. Deve-se tomar cuidado com o uso desses remédios. Nesses casos, os pediatras recomendam a suspensão da amamentação, embora os psiquiatras afirmem que os antidepressivos tricíclicos não causam maiores problemas às crianças.
- Diarréia: uma imensa vontade de ir ao banheiro, na hora do parto! É normal, pois existe uma tendência natural ao esvaziamento do intestino. Nessas horas, a mamãe também poderá sentir uma certa "dor de barriga".
- Dor: irradia das costas até a frente da barriga, podendo se estender até as pernas. É uma espécie de aviso de que o trabalho de parto se inicia.
- Duração do trabalho de parto: varia de mulher para mulher. Embora seja mais raro, algumas ficam dias em trabalho de parto, enquanto outras, apenas algumas horas. Mas o processo é normal.
- Episiotomia: é o nome técnico do corte cirúrgico feito para ampliar a abertura da vagina, durante o trabalho de parto.
- Fórceps: esse instrumento cirúrgico alivia o trabalho de parto e poupa sofrimentos desnecessários para a mamãe e seu bebê. Quando a criança já está no canal do parto, mas tem dificuldades para nascer, o médico introduz os ramos do aparelho delicadamente na vagina, um de cada vez. As duas partes se encaixam nas têmporas do bebê, que é conduzido para fora ao mesmo tempo que a mamãe faz força, ajudando a ação do médico. Antigamente as versões rudimentares desse aparelho, chamadas "fórceps alto", chegavam a causar lesões tanto na mamãe quanto no bebê. O fórceps atual só pode trazer benefícios.
- Gêmeos: quando a mamãe espera bebês gêmeos, sempre existe a possibilidade de parto prematuro. O parto de gêmeos pode ser normal, desde que os bebês estejam em posições favoráveis, sejam saudáveis e a mamãe esteja também em boas condições de saúde. Após o nascimento do primeiro bebê, a mamãe continua tendo contrações. O nascimento do segundo ocorre após cerca de 10 minutos.
- Hemangionas: manchas vermelhas vinhosas na pele do bebê, que tendem a crescer de tamanho e regredirem após os 3 anos de idade.
- Infecção: calafrios, febre, corrimentos vaginais com odor desagradável. Tudo isso pode ser sinal de infecção pós-parto. A infecção pode acontecer quando a técnica utilizada na assistência ao parto não segue os devidos princípios de assepsia (limpeza), principalmente quando o parto é complicado.
- Jejum: veja em alimentação. Após o parto, a mamãe terá a prescrição de um cardápio especial, mas nada rígido.
- Líquido: surge após o rompimento da bolsa. Caso seja transparente já é hora de ir à maternidade, mas com calma, se as contrações não estiverem muito frequentes. Se a coloração for verde, a parturiente deve seguir imediatamente para a maternidade e procurar contatar seu médico: isso pode ser indício de sofrimento fetal. Ocorrendo sangramento, o procedimento é o mesmo. Mas atenção: líquido com algumas raias de sangue é normal, já que o colo do útero possui inúmeros vasos sanguíneos.
- Maternidade: ou hospital. É para onde a mamãe se dirige, quando for dar à luz. Cada maternidade, hospital ou centro de atendimento é responsável pela revisão e avaliação periódicas, de acordo com as evidências cirúrgicas disponíveis, da eficácia, riscos e taxas de utilização dos procedimentos médicos para as mulheres e seus filhos.
- Parto Normal: após a dilatação do colo do útero, a gestante é colocada na posição ginecológica. Receberá anestesia, provavelmente a peridural, que não tira a sensação das contrações nem o sentido do tato, mas inibe a dor. A episiotomia, corte no períneo (região que liga o ânus à vagina) possui finalidades específicas, como facilitar a passagem do bebê e preservar os tecidos da vagina. Sob o efeito da anestesia, a mulher é orientada a fazer força e a criança começa a nascer com o auxílio do médico, que vai puxando seu corpinho.
- Oxigênio: para saber se o bebê está recebendo a quantidade suficiente de oxigênio durante as contrações, o médico o examinará por via do apalpe da barriga e do batimento cardíaco da mãe, realizado com um estetoscópio de Pinard ou um sonar. A equipe médica também saberá ministrar oxigênio à mamãe, caso necessário. É bom lembrar que o oxigênio de mãe e filho é o mesmo, portanto não é recomendável que ela realize esforços desnecessários.
- Pediatra: é ele quem recebe o bebê e lhe presta a primeira assistência, verificando as condições de nascimento. Um dos primeiros procedimentos é a aspiração de secreções da boca e narinas do bebê, através da sucção, limpando a passagem de ar para ele respirar pela primeira vez, o que faz sempre acompanhado por um choro vigoroso.
- Pós-parto: é um período bastante especial para as mamães, que irão precisar de calorias adicionais para uma boa recuperação, além de atender às necessidades do bebê. É preciso desfazer a idéia de certos tabus alimentares que só servem para limitar o consumo de alimentos essenciais, como o leite, peixes, verduras e frutas. Nesta fase, a mamãe criará maior intimidade com seu bebê que, experimentando o "mundo exterior", necessitará de todo o amor e carinho. Após o parto, em momento determinado, o médico ou enfermeiro verifica se o útero está voltando ao tamanho normal. É preciso ter certeza de que o corte no períneo esteja completamente limpo e em processo de cicatrização. O exame vaginal deve ser feito somente em casos indicados.
- Pré-parto: cerca de 15 dias antes do parto em si. Nesse período, as contrações vão ficando mais intensas e dificultam o sono materno. Em caso de primeira gestação, a futura mamãe poderá perceber uma diminuição do volume abdominal e eliminar uma espécie de secreção.
- Pulseira: logo após o nascimento, o bebê recebe uma pulseira de identificação com o nome de sua mãe e o mesmo número que a identifica. Esta pulseira só será retirada em casa.
- Quarto: ficar ou não com o bebê no quarto pode ser uma decisão difícil para a nova mamãe. O bebê acabou de nascer e ela não quer se separar dele por nada desse mundo, mas seu corpo está exausto e precisa se recuperar! Na verdade, não existem regras. Cada casal deve, após examinar prós e contras, fazer sua opção.
- Respiração: na hora do parto deverá ser de forma concentrada e vigorosa, conforme indicado pelo médico. Nesse momento o papai pode desempenhar um papel fundamental, apoiando a mulher, lembrando-a das técnicas adequadas.
- Sono: muitas mulheres sentem vontade de "tirar um cochilo", antes do nascimento do bebê. É natural. As futuras mamães precisam de toda a sua disposição na hora do parto.
- Tampão: forma-se no orifício do colo do útero. Quando se solta, tem aparência de clara de ovo, podendo vir misturado com um pouco de sangue. Se a queda do tampão não for acompanhada de contrações regulares e freqüentes, de rompimento da bolsa ou de hemorragia, a gestante só tem que aguardar e prestar atenção para ver se outros desses sinais vão aparecer.
- Telefone: para casos de emergências é possível discar 192 de qualquer telefone público ou particular. Memorizar ou anotar esse número em local visível pode funcionar muito bem. Nunca se sabe quando ele será necessário! Não esquecer também de anotar todos os números de telefones importantes, principalmente os do pediatra e do médico que realizará o parto, é um procedimento recomendável. Se possível, é sempre bom ter um celular por perto.
- Trabalho de parto: um "evento" que mobiliza não só a mamãe, ansiosa por ver seu bebezinho em suas mãos, mas a família inteira. Promove uma série de alterações simultâneas no organismo feminino, culminando no parto em si.
- Transporte: caso seja feito por automóvel, a parturiente deverá estar no banco traseiro. Ali existe mais espaço. Uma boa escolha é posicioná-la "de quatro", ajoelhada, para deixar a região do períneo livre. Esse procedimento também alivia as dores da contração.
- Útero: desde a vida intrauterina, o sentido de tato do bebê é estimulado e desenvolvido, quer pelo contato de sua pele com o líquido amniótico, ou com a parede do útero ou outros tecidos.
- Vérnix caseosa: ao nascer, o bebê geralmente apresenta o seu corpinho recoberto por uma substância clara e gordurosa, chamada de vérnix caseosa, quando o seu organismo se encontra em fase de adaptação.
Visitas: é comum a mamãe e o papai quererem estar à sós com o recém-nascido, logo após o parto. Momentos tão especiais, íntimos. Provavelmente a vovó e o vovô serão bem-vindos, mas a irmã da tia da sua cunhada...
É importante estabelecer regras: "ninguém no quarto na hora da amamentação!" Pedir ajuda aos parentes mais próximos, quando a situação fugir ao controle, pode ser uma boa saída.
Eles podem avisar o resto da família apenas no dia em que o bebê nascer. As demais pessoas, só depois de dois dias, quando a mamãe estiver mais recuperada.