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Com quem vai ficar o bebê?

Com o fim da licença-maternidade, pais que não contam com a ajuda dos avós costumam enfrentar um dilema bastante comum: contratar ou não uma babá? Antes de tomar essa decisão delicada, é preciso pesar prós e contras e levar em consideração uma série de fatores que vão desde a idade da criança até questões de custos e qualificação.

A princípio, especialistas recomendam a contratação de babás para bebês e crianças menores que necessitam de cuidados intensivos e que podem sofrer com problemas de adaptação em escolinhas ou berçários. Em casa, os pequenos seguem sua rotina e, consequentemente, tendem a se habituar melhor à ausência da mãe na volta ao trabalho.

No aconchego do lar, eles ficam mais protegidos de algumas doenças que poderiam contrair em outros locais. Além disso, a babá pode oferecer cuidados específicos exclusivos para suas necessidades e, sem precisar dividir a atenção com outras crianças, pode estimulá-los com uma constância maior.

O relacionamento com a cuidadora também pode ser um aprendizado positivo para os pequenos. “No primeiro ano de vida do bebê é que se estabelecem a base de suas vinculações e a maneira como eles aprenderão a se relacionar com o mundo. Ter alguém e um ambiente acolhedor que se ajuste às suas necessidades é, sem dúvida, um facilitador para que se desenvolva uma base segura e a posterior capacidade de se relacionar e confiar nas pessoas”, diz Flávia Duarte Corazza, psicóloga, psicoterapeuta especializada em crianças e adolescentes e autora do blog Mães Online.

Por outro lado, como boa parte do trabalho das babás é feito quando os pais não estão presentes, não é possível fiscalizar completamente sua qualidade. Além de observar as reações da criança, muitos pais investem em câmeras – uma espécie de supervisão eletrônica – para acompanhar o dia a dia das profissionais.

Ligada à questão da confiança está a qualificação profissional. Como no mercado falta mão de obra especializada, os custos de contratação das profissionais mais experientes e bem recomendadas tendem a ser ainda maiores. Em alguns casos, uma boa babá pode custar mais caro que a mensalidade da escolinha ou da creche.

Mas, se a questão financeira não for problema, é preciso pensar ainda na convivência, já que a profissional permanecerá muito tempo dentro de casa – ainda mais se dormir no trabalho –, o que pode interferir na rotina da família.

Para a advogada Paula Luciana de Menezes, de 34 anos, que optou por contratar uma babá para cuidar da filha Juliana, de 1 ano e 3 meses, essa foi uma das principais dificuldades.

“Hoje já estou mais acostumada, mas antes era difícil ter alguém diferente o tempo todo dentro de casa. Além disso, apesar de ser um relacionamento profissional, não dá para tratar a babá da mesma maneira que você trata outros profissionais que estão sob suas ordens. Esse tratamento tem que ser feito com cuidado, não se pode exigir demais, nem de menos”, diz.

Paula precisou voltar ao trabalho cinco meses depois do parto e, antes de tomar a decisão de contratar a babá, conversou com a irmã pedagoga e o pediatra, depois ponderou sobre sua rotina. “A babá estaria disponível sempre que eu precisasse, diferentemente do berçário, onde eu teria horário para pegar. E, na minha profissão, às vezes preciso ficar até mais tarde trabalhando ou em uma reunião e não tenho com quem contar para ir até a escola e pegar a minha filha. Então a disponibilidade da babá foi um fator decisivo”, explica.

Para os pais que estão na dúvida, a advogada sugere que avaliem financeiramente o que vale a pena e pesem as necessidades da criança e da sua rotina. “Se eles têm a vovó para ajudar ou se o trabalho de um deles tiver horários fixos, pode ser que valha a pena colocar no berçário, pois ter um empregado doméstico está mais caro”, afirma.

Dicas de como selecionar a babá

• Solicite o telefone fixo e endereço do empregador antigo. Procure ir ao local pessoalmente para checar as referências. Isso evita que parentes ou amigos da candidata se passem por ex-chefes.

• Converse sobre a vida dela: onde mora, se tem filho, qual a faixa etária com que mais gosta de trabalhar, por quais motivos saiu do emprego anterior.

• Fique de olho nas reações da candidata durante a entrevista. Se ela olha você direto nos olhos, é simpática e não foge das perguntas, pode ser uma boa candidata.

• Após a contratação, preste atenção no comportamento do seu filho para saber como está a relação entre eles.

• Peça um atestado de antecedente criminal e a carteira de trabalho.

A escola pode ser a melhor opção?

• Para saber se a creche ou escolinha são a alternativa ideal, um aspecto a ser levado em conta é a idade do bebê. Na opinião do pediatra Abelardo Bastos Pinto Júnior, a idade mínima para colocar a criança na escolinha é de seis meses. “O bebê é passível de estimulação desde o nascimento. Existe uma recomendação de aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida e que impediria a entrada na creche. A partir dessa data, embora eu considere precoce, muitos bebês podem ser matriculados na escolinha”, diz.

• Mas, de maneira geral, os pontos positivos da escolinha começam a se destacar principalmente após o primeiro ano de vida do bebê, quando a interação com outras crianças passa a ser cada vez mais importante. Nesse contexto, a escola apresenta para as crianças novas situações que ajudam a desenvolver sua capacidade de socialização, como emprestar brinquedos, aguardar sua vez e participar de brincadeiras em equipe.