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Escola de circo

Disciplina, equilíbrio, coordenação motora, concentração e resistência física são apenas algumas das habilidades que as crianças desenvolvem no aprendizado de atividades de circo. Antes restrito a espetáculos de companhias e eventos infantis, o circo populariza-se a cada dia e passa a oferecer cursos regulares para o público infantil e adulto.

É o caso do Circo Escola Picadeiro, que funciona há 18 anos, na cidade de São Paulo, e oferece aulas para crianças, de cinco a 12 anos, e adolescentes. Monociclo, cama elástica, trapézio, equilíbrio em bola, perna de pau, malabarismo, acrobacia de solo e equilíbrio em arame estão entre as opções.

"O circo influi muito no desenvolvimento da criança. É como se fosse um sonho a mais, desperta a criatividade", diz a professora de alongamento Jaqueline Soares. No caso dos alunos menores, as vantagens que as atividade circenses oferecem para o fortalecimento dos músculos, além de contribuírem para a esperteza da garotada.

Esse rico processo de aprendizagem favorece não só o corpo e a mente, mas atua de forma decisiva nas relações sociais, de parceria, companheirismo e confiança, acrescenta a malabarista Cláudia Orteney, professora de arame, corda e tecido no Picadeiro. Ela assinala que as crianças aprendem a respeitar os outros e adquirem novas responsabilidades. "Muitas crianças chegam desobedientes e inquietas, mas, depois de um mês de aulas, já sabem esperar a sua vez", observa.

As aulas acontecem duas ou três vezes por semana e cada modalidade tem um professor específico para acompanhar os alunos.

Parceria com crianças carentes

A proposta de reunir atividade física, ludicidade e lazer, fez com que o Circo Escola Picadeiro passasse a desenvolver um trabalho voltado para crianças carentes.

A parceria aconteceu a partir de uma solicitação da ONG Criança Brasil, que desenvolve um trabalho social junto à comunidade. "Os melhores artistas de circo quase sempre vêm de meios mais carentes", observa a malabarista Cláudia, destacando a força física dessas crianças.

Ela chama a atenção para o que considera uma mistificação em torno da atividade, lembrando que a associação do circo à vida cigana não corresponde à realidade. "A vida de circo é saudável e exige bons hábitos, cuidados com a alimentação e respeito a horários", diz. Segundo Cláudia, todas as crianças (filhos de artistas) estudam e têm responsabilidades. "Circo é arte viva e ainda faltam incentivos para o artista de circo."