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Luiza Tomé - mãe de fibra

 

A atriz Luiza Tomé já passou por dificuldades significativas no quesito maternidade. Alguns meses após dar à luz ao filho Bruno, de 13 anos, a atriz enfrentou uma depressão pós-parto. "Não foi um fato isolado. É como se fosse uma bolha que vai fazendo uma pressão e depois explode."

Quando a vontade de engravidar apareceu novamente, em 2000, Luiza Tomé tentou, mas não conseguiu. Recorreu à ciência e se submeteu a um tratamento. Meses depois, descobriu que esperava gêmeos, Luigi e Adriana, hoje com seis anos.

Aos 47 anos, Luiza vive em uma agitação só. Ela passa um bom tempo na ponte aérea entre São Paulo, onde mora, e o Rio de Janeiro, onde grava a novela. Nessa correria, ela tenta se organizar para cuidar da casa e passar o maior tempo possível com os três filhos e o marido, o empresário Adriano Facchini. Nessa entrevista exclusiva à Alô Bebê, Luiza Tomé explica que ter filhos mais tarde foi uma opção que tomou e fala dos desafios de ser uma mãe moderna.

Alô Bebê - Como você faz para conciliar o lado profissional e o familiar gravando no Rio e morando em SP?

Luiza Tomé - É uma pauleira. Principalmente agora que estamos na reta final da novela. Todo sábado, teoricamente, bem teoricamente, sai o roteiro. Só com ele consigo saber como vai ser minha semana e me organizar para ficar em família. Mas isso não anda acontecendo, não dá para planejar. Isso atrapalha a rotina, porque eu gosto de acompanhar meus filhos nos assuntos referentes à escola.

Tenho um filho pré-adolescente, uma fase que pede uma mãe que fique em cima para que ele estude. O final de semana é o tempo que eu tenho para brincar com eles, para ficarmos "agarradinhos", como costumamos dizer. Eu sou uma pessoa muito afetiva, mas não sou permissiva. Eu sinto que eles pedem um limite. Comigo sim é sim e não é não. Senão, confunde a cabeça deles. 

Alô Bebê - Você teve o Bruno com 34 anos. Relativamente tarde, comparado à média no país. Ter filhos mais tarde foi uma opção?

Luiza Tomé - Foi uma opção completamente minha. Eu nunca tinha pensado na maternidade, só pensava na minha profissão. Eu tinha muito prazer em me dividir entre TV e teatro. Isso me enchia o coração, tanto que me sentia realizada a ponto de pensar que não precisava de mais nada. Mas depois que você tem filho, ele se coloca em primeiro lugar.

Quando me apaixonei de verdade, pelo Adriano, eu comecei a pensar e a querer ter filhos. E acho que deve ser assim com todo mundo, não pode ser por pressão. Ter filho é muita responsabilidade. Por isso, sempre digo para as minhas amigas que, aos 40 anos, ficam se pressionando: "você quer ter? Tenha. Mas se não tem certeza, desista. Vá ser feliz com seu marido". A maternidade não pode ser vista sob esse ângulo, como uma obrigação.

 

Alô Bebê - Aos 40 anos você foi mãe de gêmeos depois de fazer tratamento de fertilização. Acredita que a ciência contribui para que as mulheres possam ter escolha sob a maternidade? 

Luiza Tomé - Claro que sim. Mulheres de 50 anos que não tiveram esse desejo antes podem ter filhos, porque a ciência está aí para isso. Hoje, todas podem se dedicar ao trabalho, planejar a vida. Por exemplo, eu planejei a gravidez dos gêmeos para aquele momento da minha vida, porque já sabia que tinha um trabalho mais pra frente e queria me organizar. Mas eu vou te dizer uma coisa: ser mãe é tão gostoso que eu teria tido meus filhos antes, só para ter mais tempo com eles. 

Alô Bebê - Ser mãe mais madura facilitou?

Luiza Tomé - Sim, mas acho que isso é mais notável quando se compara a primeira com a segunda vez. Na primeira gravidez você tem medo de tudo, fica excessivamente protetora. Na segunda, você já sabe que a criança vai cair, e que também vai se levantar. E isso é a vida. Você já está mais descolada. Fica mais corajosa e, com a idade, mais preparada para ser mãe.

Alô Bebê- Você conta que teve uma criação rígida. O que acha que mudou da criação que sua mãe te deu para aquela que está dando para os seus filhos?

Luiza Tomé - É engraçado. Minha mãe sempre foi rígida comigo. Mas com meus filhos é o oposto e eu ressalto isso. Ela responde: "eu leio muito e sei que as coisas são diferentes da sua época". Ela é a avó, não é mais mãe. Só quer saber de adoçar. Mas o grande diferencial que vejo é que as relações são mais próximas. Procuro ser mais amiga dos meus filhos, e é legal que eles confiem em mim. É assim que quero que seja, para que eu possa acompanhá-los de perto.

 

 

Alô Bebê - Apesar de ser casada com um empresário, você nunca deixou seu trabalho. Já houve conflitos por causa disso? 

Luiza Tomé - Não. Até porque temos de trabalhar os dois. Ele é tão empresário quanto eu sou, ele trabalha e paga as contas tanto quanto eu. Não tem dessas de "fique em casa que eu te banco". Somos um casal moderno, dividimos as contas, cuidamos dos nossos filhos. E ele sempre me apoiou, tem muito orgulho de mim, me considera uma grande guerreira porque eu consegui as coisas que queria. Eu adoro trabalhar e ele me conheceu assim.

Alô Bebê - Você dá conta de atividades domésticas? 

Luiza Tomé - Sou uma boa dona de casa. É cansativo porque eu vou ao supermercado, arrumo a despensa do jeito que gosto. A parte do lanche das crianças sou eu quem organiza. Sou perfeccionista. Nunca consegui alguém que fizesse do meu jeito, ou talvez eu seja difícil, então acabo fazendo tudo. Sem contar que tem a cachorrada. São quatro. Já passei até madrugada em hospital por causa de um deles.

Alô Bebê - Acha que as mães de hoje têm muitos desafios?

Luiza Tomé - Se têm! Para mim, o grande desafio é o de formar a personalidade dos meus filhos. Formar seres humanos com caráter. Se eu conseguir fazer isso já estarei realizada, feliz da vida. Aí vou saber que eles estão aptos para estudar, trabalhar e seguir a vida.