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Maria Cândida: mãe atrás das câmeras

É possível lidar com agenda lotada e ainda viver uma vida simples, plena e anônima? Com a evolução da sociedade, vários fatores desencadearam o perfil da mulher moderna. Hoje em dia, elas se dedicam integralmente às suas atividades, são antenadas, liberais e ainda têm fôlego de sobra para cuidar de si. Mas quando a fama atrapalha a vida profissional é possível balancear o lado pessoal?

A apresentadora Maria Cândida afirma que concilia a dupla jornada e diz que é importante ser autônoma, dinâmica e exercitar o direito ao prazer de viver feliz. Ela descobriu seu talento profissional na tevê, foi radioescuta, garota do tempo, editora, produtora, apresentadora de telejornal, locutora em programa de rádio e atualmente apresenta um programa diário na Rede Record, o Programa da Tarde, e às sextas-feiras Record Música no Record News. Maria Cândida cobriu tudo o que se pode imaginar no meio jornalístico. Por essa razão, abriu mão de muitos prazeres da juventude como baladas, namoros, viagens a passeio, mas foi na maternidade que ela alcançou a plenitude pessoal.

"O mundo virou de cabeça para baixo, o que antes as mulheres não conseguiam fazer, hoje exercem muito bem, além disso, os homens passaram a dividir as responsabilidades da casa e da criação dos filhos e isso facilitou a vida doméstica e a ascensão na carreira, seja pública ou privada", explica. Simpática e bem-humorada, conta para a Alô Bebê sobre sua rotina pessoal e o amor pela filha Lara e o marido Oscar Ungarelli Neto. Maria Cândida tira de letra o papel de "famosa" e vive sem culpa com relação à criação da filha e a qualidade de vida familiar.

Alô Bebê: Você imaginou alcançar seu objetivo profissional tão rápido?

Maria Cândida: Rápido que nada! Completo este ano 15 anos de carreira na TV! Longos e intensos anos (risos). Sei que não é muito tempo, mas confesso que gostaria de ter chegado antes. Não foi tão simples fazer a minha transição do jornalismo para o entretenimento. Como sou "certinha" fiz tudo bem devagar, sempre preocupada em não perder minha credibilidade como jornalista, por isso levou mais tempo do que gostaria. Sempre batalhei acima do padrão. Abri mão de muitos prazeres da juventude e me consolidei como jornalista de credibilidade rápido. Estou feliz com minha carreira, realmente estou colhendo os frutos por toda essa dedicação. Agora, estou longe de alcançar meu objetivo profissional. Ele é grandioso, quero ser a maior comunicadora desse Brasil e para isso ainda tenho um longo percurso.

Alô Bebê: O que mudou em você depois do nascimento da sua filha?

Maria Cândida: Mudou tanta coisa. Ter um filho é um presente divino, é um milagre da natureza. Hoje me sinto mais bonita, mais mulher, mais segura, mais tudo. A qualidade da minha vida familiar aumentou e o meu tempo tem outro valor. Hoje, dedico minha vida ao trabalho e à família. Ser mãe é o máximo.

 

Alô Bebê: Como foram os preparativos para o nascimento da Lara?

Maria Cândida: Foram tranquilos e planejados. Eu leio muito, quando fiquei grávida, comprei um monte de livros, entrei em vários sites, tinha fome por informação. Foi aí que percebi que não era uma necessidade só minha, mas sim das gestantes com que conversava, principalmente mamães de primeira viagem iguais a mim. Foi aí que decidi fazer uma série de produções especiais na tevê sobre gravidez. Inclusive, o meu parto foi ao ar. Foi uma cesariana. Uma gravação super discreta, com câmeras amigos, rodeada de pessoas do bem e eu me senti muito segura.

Alô Bebê: Como é a sua rotina? Quantas horas por dia você trabalha?

Maria Cândida: Minha rotina é bem corrida. Acordo cedo e vou cuidar de todos os meus afazeres pessoais, pois esse é o único horário que tenho. Do médico à academia, do supermercado à costureira, faço tudo de manhã. Quando posso, levo a Lara comigo, quando não, na hora do almoço volto para casa e a pego para levá-la à escolinha. Ao meio dia vou para a emissora e só saio às 19h. Quando não há evento ou compromisso à noite, volto direto para casa e fico juntinho da minha filha. É difícil dizer quantas horas trabalho por dia. Sou uma workaholic convicta e feliz. A partir do momento que acordo, minha cabeça já está funcionando e focada no trabalho, independente de onde estou. Para ajudar, recebo e-mails pelo celular e uso um rádio que fica sempre ligado para me comunicar com a minha diretora, assessora e escritório. Ah, e com minha mãe.

Alô Bebê: Qual o significado da palavra mãe?

Maria Cândida: Ser mãe é assumir um contrato vitalício com outro ser humano. A palavra ser tem um significado profundo. Encontro algumas mães que não são mães, mas estão mães. Não têm paciência, não ficam com seus filhos, não educam e não veem a hora deles crescerem para seguirem o próprio caminho. Isso é muito triste e é mais comum do que se pensa. É tão bonito e tão mágico ver seu filho pequenininho crescer. É praticamente uma miniatura sua desenvolvendo-se e aprendendo dia a dia. Sabe, para mim não é questão de exigência, mas sim de prazer. Portanto, ser mãe é natural, é uma grande diversão.

Alô Bebê: Quem cuida da sua filha enquanto você trabalha? Como é esta relação?

Maria Cândida: A Lara fica com a mesma babá desde que ela nasceu. A Aldeni é uma mulher calma, muito educada e gosta dela. Nas folgas da Aldeni, tenho a Helena, que está na família há muito tempo, ela cuidou da minha avó por muitos anos até ela falecer. A Ivanize, trabalha há quinze anos com a família do meu marido e também ajuda muito. Minha mãe é minha grande e fiel escudeira. Ela está sempre à disposição para ajudar. Desde os 11 meses, a Lara frequenta uma escolinha bilíngue perto de casa. Quando mudamos de bairro, decidimos mantê-la na mesma escola e isso só foi possível porque minha mãe passou a buscá-la todos os dias.

Alô Bebê: Você ainda costuma sair à noite? A fama atrapalha?

Maria Cândida: Sou super resolvida com relação à fama e não vou mais vezes a lugares públicos por falta de tempo. Não dispenso uma boa festa, amo dançar, mas agora sou muito mais seletiva. Só saio de casa à noite se for compromisso profissional, para prestigiar os amigos ou se a festa for muito boa mesmo (risos).

Alô Bebê: O que a Lara te ensina de melhor?

Maria Cândida: Aprendi que a vida é muito maior e mais bela do que o mundo capitalista prega. Aprendi a valorizar cada momento de folga que tenho e que não existe lei mais forte no mundo do que a da natureza. Aprendi que toda mulher merece procriar, gerar a vida de outro ser humano. Aprendi a ser mais humilde e que devemos ter mais fé. Aprendi, e ainda aprendo todos os dias com minha filha, que devemos ter mais consciência sobre o futuro do mundo. É difícil definir o ensinamento mais importante, a cada dia aprendo algo novo.

Alô Bebê: Para você, como é conciliar maternidade e fama?

Maria Cândida: Quando a Lara nasceu, eu ainda viajava muito. Quando ela tinha apenas três meses fui aos Estados Unidos para cobrir a cerimônia do Oscar, ao vivo, com o Rubens Edwald Filho. Tive a sorte de casar com um homem que tem muito jeito com criança. Por sinal, tanto quanto eu ou até mais. Ele é super bem resolvido e curte "pacas" cuidar da Lara. Viajei com o coração partido, mas não tinha como evitar minhas responsabilidades. Não tive leite materno, infelizmente. Já que toquei nesse ponto, deixa contar como foi essa experiência. Fiquei super mal por não ter tido leite. Sentia-me culpada e até frustrada. O pediatra da Lara, dr. Alexandre Ayoub, foi fantástico e me ajudou muito com isso. Lembro dele me tranquilizando pela falta do leite, falava para mim: "calma, Maria Cândida, não preocupe, sua filha vai ficar bem". Ele estava certo, a Lara cresceu forte e saudável.

Alô Bebê: Quando vocês estão juntas, o que vocês mais gostam de fazer?

Maria Cândida: Gostamos de ir à praia, de assistir desenho juntas, de ir ao clube, brincar no playground. Nos últimos dias, comecei a mostrar o cinema e o teatro para ela, está sendo um barato.

Alô Bebê: Quais os cuidados que você adotou durante a gravidez?

Maria Cândida: Pratiquei yoga com a Márcia de Lucca e hidroginástica. Gravidez não é doença e, nada melhor para uma gestante do que manter sua cabeça e o seu corpo ocupados. Vida normal. Minha disposição nesse período quadruplicou. Fiz cinco viagens internacionais, todas a trabalho e o meu rendimento estava acima da média. Acho que a Larinha era uma bateria extra para mim (risos).

Alô Bebê: Ser bonita é essencial para trabalhar em TV. Algo te incomodou durante a gestação?

Maria Cândida: A estética é fundamental! Agora me diz que mulher no mundo gosta de engordar? Fala sério! (gargalhadas). É claro que ver o corpo crescendo alucinadamente não é um sentimento fácil para mulheres, principalmente para as mais vaidosas assim como eu, mesmo durante a gravidez. Quando percebi isso, passei a me consultar com um endocrinologista e minha vida melhorou muito.

Alô Bebê: O relacionamento íntimo com seu marido mudou depois da gravidez?

Maria Cândida: Mudou, claro, pra melhor (risos). Minha relação com o Oscar é fantástica, ele é um super pai, um super marido, um grande profissional. Nossas famílias se dão muito bem. Não tenho do que reclamar. Crescemos muito juntos depois que a Lara nasceu e o meu casamento é uma delícia, não troco isso por nada nesse mundo. E aproveito para deixar uma sugestão às grávidas: "não deixem de amar seus maridos nem antes e nem depois da gravidez, esse negócio que dizem que mulher grávida não tem prazer é tudo balela, muito pelo contrário" (risos).