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Papai Noel: até quando acreditar no bom velhinho

 

A gente percebe que o Natal está chegando quando andamos pela cidade e começamos a ver os enfeites comemorativos. São milhões de luzinhas coloridas, árvores decoradas, neve de algodão e isopor em pleno verão e muitos papais-noéis pelas ruas. Se os adultos já ficam fascinados com tanta beleza, as crianças então não cabem em si de contentamento e euforia, aguardando a chegada do grande dia. A partir dos 2 anos elas já começam a entender os significados do Natal e a espera pelo Papai Noel acaba sendo uma constante trazida pelos anos.

Esta crença é considerada super saudável pelos psicólogos, pois é nesta fase que as crianças começam a compreender que a fantasia é o primeiro passo para transformar um desejo em realidade.

Mesmo depois que a infância passa, a magia da época do Natal e a chegada do Papai Noel são fatos que ficam marcados para sempre na memória e que influenciam, inclusive, na educação dos filhos quando o assunto é este. "Minha infância foi bem humilde, mas nem por isso meus pais deixaram o Papai Noel passar em branco. Todos os anos eu escrevia a cartinha e esperava ansioso pela chegada dele, que só vinha quando eu dormia.

Quando minhas filhas eram menores, eu achava o máximo vê-las conversando sobre o que escrever na cartinha do Papai Noel", diz o administrador de empresas, Enio Albini, pai de Jéssica (14), Helenice (12) e Verônica (7).

Segundo o psicólogo Dr. Paulo Vaz, a descoberta da não existência do Papai Noel acaba vindo sozinha, conforme a criança vai crescendo e, se isso se desenvolver de maneira natural, ou seja, respeitando os limites da criança, esta situação só vem a ser benéfica para o seu desenvolvimento.

"Os pais exercem um papel muito importante neste momento de transição da fantasia e realidade. Cabe a eles deixá-las livre para que elas se sintam seguras nesta mudança", diz o especialista.

Levar a lembrança do Papai Noel durante a vida é algo mais que comum entre os adultos. A jornalista Vanessa Grinberg conta que acreditou no bom velhinho até seus oito anos, mas que aos poucos foi percebendo que eram os pais quem compravam o presente de Natal.

"Acho que todos os pais devem cultivar esta fantasia, porque faz parte da magia e do encantamento da data. Além do fato de que, no mundo em que vivemos, no qual crianças vivenciam violência e cobranças, é importante preservar um pouco da ingenuidade delas", diz.

E viver esta ingenuidade é uma delícia. A jornalista Fabiana Scaramella conta com alegria uma conversa que teve com o filho, o pequeno Eduardo, de 6 anos, no Natal do ano passado. Quando perguntou à menina o que queria ganhar de Natal, a filha logo respondeu: "Não se preocupe mamãe, já escrevi uma cartinha para o Papai Noel pedindo o meu brinquedo, assim você não precisa gastar dinheiro".

E estas fantasias são algo que a criança cria para si, porque ela precisa disso. Desde muito nova ela vai criando um mundo do seu jeito e conforme a vida vai acontecendo, vai encontrando as realidades. Esta fase de fantasia, no entanto, é algo que vamos levar por toda a vida, mas que na criança é mais manifesto. "Conforme vamos crescendo, vamos alternando o que fantasiamos, as crenças vão se modificando, mas elas ainda estão lá", explica Dr. Vaz. Incentivar seu filho a viver intensamente cada etapa de sua vida é fundamental para que estas transições sejam o mais saudável possível. "As transformações da criança dependem muito do se desenvolvimento dentro da família. Os pais são o seu suporte. Isso vale para a vida toda.", finaliza o psicólogo.