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Saúde das crianças: prevenir doenças do verão


No verão as gestantes e crianças são as que mais sofrem com intoxicações alimentares, com alergias e com a forte ação dos raios solares, tanto nos olhos quanto na pele. Prova disso, Carolina Patrocínio, que está grávida do segundo filho, passou a ter mais cuidado com ela e com o filho Lucca, 5 anos. "Tenho um pique incrível, a única coisa que me segura é o calor. Por isso, bebo bastante água e cuido bem da pele, passando protetor solar todos os dias."A dica de prevenção também é a bandeira da dermatologista Maria Cecília Rivitti, membro da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia). "É necessária uma mudança de comportamento em relação ao sol, e ela deve começar na infância", afirma a médica.

O argumento é válido. Afinal, o nosso corpo requer atenção. É fundamental ter cuidados com doenças típicas da estação, estar atento à hidratação, e, principalmente, ao sol. Segundo o Instituto Nacional do Câncer, o caso mais recorrente da doença no Brasil é o de pele, responsável por 25% dos casos registrados. Mas nem só de riscos é feito o verão. E para ajudar você a curtir cada momento sem imprevistos, mães e especialistas ensinam truques e cuidados.

Use Protetor solar


Que tal começar desde cedo? Essa foi a lição que Priscila Formica passou para as filhas Gabriela, 5 anos, e Giulia, 1 ano, depois de sentir na pele a dor de ter bolhas dágua. "Quando eu era pequena não existia protetor, então sempre usava camiseta, chapéu e creme contra assadura. Por causa da pele clara, queimava com facilidade e as bolhas surgiam. Hoje minhas filhas usam chapéu, roupas e o protetor é reaplicado a cada duas horas." Segundo Luciane Donida Miot, dermatologista da Faculdade de Medicina da Unesp, as loções devem proteger dos raios UVA e UVB. "O mínimo indicado para todas as idades é o FPS 30. Para os bebês, um fator elevado é melhor, entre o FPS 40 e 50." Carolina Patrocínio, mãe de Lucca, ensina como fez o hábito de passar protetor se transformar em algo divertido para o filho. "O protetor solar tem cheiro de praia, então um mundo de fantasia é criado. Você remete àquela sensação gostosa que a criança tem só de pensar no mar, na areia... e tudo vira brincadeira."

Saúde das crianças: atente ao "coça-coça"

É um tal de coça dali, coça de lá. No verão, essa é uma irritação recorrente. A transpiração, por exemplo, pode provocar o surgimento de brotoejas, aquelas bolinhas avermelhadas na pele. A dermatologista Luciane reforça que é preciso atenção, apesar de elas serem comuns. "Acontece de fungos oportunistas provocarem coceiras." A areia também tem seus riscos: o bicho geográfico, um parasita presente nas fezes do cachorro, que desenha a pele ao se mover.

Nesse caso, a dermatologista Maria Cecília Rivitti, membro da SBD, destaca que existe tratamento com pomadas específicas. "É engraçado porque mesmo pais instruídos insistem em matar o bicho usando agulhas, provocando queimaduras. Aí aparecem no consultório com a situação piorada," alerta. Para diminuir o risco do bicho geográfico, o melhor é evitar a presença de animais nas praias.

Olhos nos olhos

Com a temporada de mar e piscina, é bom ficar atento aos olhos do seu filho. "Vermelhidão e ardência são comuns. Nem sempre são graves, mas podem estar associadas a infecções, alergias e até ferimentos", lembra Maria José Carrarri, oftalmopediatra do IMO (Instituto de Moléstias Oculares). Nadar de olho aberto dá nisso.

Por isso, a especialista indica o uso de óculos de natação. Os acessórios podem, aliás, ajudar a prevenir outro incômodo: a conjuntivite. A piscina é um dos lugares mais propícios para se pegar a inflamação. "Ela é causada por bactérias ou vírus. Além de inchados, os olhos ficam vermelhos, sensíveis à claridade e lacrimejam." Para aliviar a dor, faça compressas frias e consulte um especialista. Para a mamãe Carolina, a regra dos óculos vai além e serve de exemplo para todos. "Para o meu filho, o sol é muito incômodo, já que tem olhos claros demais. Boné e óculos escuros são acessórios indispensáveis." O uso de óculos em crianças é recomendado a partir dos dois anos.

Xô, intoxicação

Com o calor, a tendência é que os alimentos estraguem rapidamente. A dica do nutrólogo Sérgio Alberto Rupp de Paiva, da Unesp, é consumir os alimentos sempre frescos. "Evitar comer em quiosques e barracas de praia, e em lugares nos quais não se sabe a procedência dos alimentos também é importante", ressalta Paiva. Por conta das intoxicações gastrointestinais com vômito e diarreia, como o rotavírus, as crianças correm o risco de desidratação.

Elas ficam irritadiças, e a hidratação deve acontecer conforme a aceitação da criança. Os alimentos indicados nestes casos são frutas como maçã, rica em fibras, canja de galinha, gelatinas, sucos de melancia e goiaba, o bom e velho soro e, acredite, até sorvete, atentando ao excesso para evitar inflamações na garganta. Para Priscila, mãe de duas meninas, o sorvete é o melhor amigo das crianças. "Procuro dar muito líquido. E elas gostam de tomar bastante sorvete, o que é bom porque alimenta e hidrata. A alimentação é leve, e não as forço a comer demais."

Futuras mamães também sofrem

Aumento de peso, má circulação e hormônios desregulados - problemas típicos das gestantes - só pioram com as altas temperaturas. Por isso, as grávidas precisam ter atenção redobrada. "A sobrecarga e o calor prejudicam a circulação das gestantes, causando edemas principalmente nas pernas", explica o nutrólogo Sérgio Alberto Rupp de Paiva.

Ele afirma que é um erro beber água só ao sentir sede. "Quando isso acontece, significa que já está faltando água no organismo", explica o médico. Quando o assunto é pele, as futuras mamães também não têm descanso. "Por conta da disfunção hormonal da gestação, manchas acastanhadas, os chamados melasmas, surgem no rosto da mulher", diz a dermatologista Maria Cecília Rivitti.

A exposição ao sol, por mais fraco que ele esteja, intensifica as marcas. Daí a importância de usar o protetor solar sempre. Outra dica é ter em casa cremes para prevenção de estrias e alívio do inchaço nas pernas, específicos para gestantes. O importante é não deixar de se proteger.